terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Iniciante na Orquidofilia Parte III

Amigos visitantes do nosso Blog, os meus cordiais, muito prazer em retornar a escrever a vocês.
Uma vez o iniciante passando por aquela fase  entre a paixão até sua filiação à uma sociedade orquidófila, ele ainda tem muito a percorrer, ou seja os obstáculos maiores, seriam as aquisições corretas de orquídeas que se adaptam bem em seu orquidário.
Com bons conselhos, troca de idéias, diálogos com os demais sócios ele ficará sabendo o que deve e o que não deve colecionar, pois neste meio tempo todas as plantas diversas que possui terá já algum tempo de cultivo no seu orquidário, e ele notará claramente que alguns híbridos ou algumas espécies se desenvolverão melhor, já outras nem tanto, algumas orquídeas ele até começa a perder de vez, onde nesse caso, uma visita de um orquidófilo mais experiente possa orientá-lo no que fazer para cessar prejuízos e os insucessos de cultivo, claro que essa próspera visita é algo de emergência.
Aí, nesse exato momento é que o iniciante vem a conhecer como se constrói um viveiro de cultivo corretamente planejado e posicionado em sua residência ou mesmo no seu apartamento ou mesmo na sua chácara.
As leituras são também primordiais para se conhecer melhor as orquídeas, há no mercado, muitos livros e revistas que na certa irão ajudá-lo, além do grupo de sócios ao qual pertence.
O iniciante então, depois de muitas noções básicas que por sinal  são simples, reconhece que errou ao comprar todo o tipo de orquídeas e cultivá-las num mesmo espaço, sob uma mesma iluminação, doses de regas e adubos, etc...
É difícil, mas feliz aquele que supra-regra consiga cultivar todo o tipo de orquídeas num mesmo orquidário, mas geralmente não é assim.
A palavra adaptação-aclimatação lhe vem a memória sempre que visita suas plantas.Por exemplo:
Uma Cattleya Labiata e um Paphiopidilum cultivadas juntas, sob a mesma luz, regas, aereação, umidade relativa do ar equivalentes, mostra-se que o Paphiopedilum não floresce, apenas vegeta muito bem, e já a Cattleya Labiata se desenvolve muito bem e resulta flores muito boas.
Ora,Claro, diversas são as plantas e diversos são os tipos de aclimatação em alguns casos a fotossíntese não é executada por inteiro pela planta e a desidratação é generalizada na planta pois para sobreviver ela retira água de seus próprios pseudobulbos.
E já outras requerem bastante regas nas brotações e interrupção de vez meses antes de suas florações, outras requerem pouca água após vinda de um repouso floral.
As diferenças são muitas e aí aparece aquele gostinho de insatisfação e até desistência.
Não é bem por aí, meus amigos o embasamento técnico que ao se filiar você adquire é muito intenso e forte, esses pequenos problemas se resolvem da seguinte forma:
- Relacionar as plantas que no período de 1 a 2 anos melhor se desenvolvem no seu orquidário e relacionar as que não se desenvolvem, sim aquelas que entram em estado crítico de regressão.
- Deve-se claro fornecer às orquídeas as condições ideais que ela obtinha na natureza, mesmo produzida em laboratórios o que não interfere em seu desenvolver vegetativo.
- Passa-se daí em diante a acompanhar diariamente suas plantas, sempre socorrendo-as se necessário.
- As aquisições mudam daí para diante, pois comprar para depois matar não é o correto, e sim possuir orquídeas que se adaptem bem ao seu orquidário, sempre respeitando as regras básicas para cada grupo de orquídeas, por exemplo a altitude e o clima referente à sua localidade( cidade ou local onde reside).
Outros cuidados devem ser notados quanto às aquisições por exemplo:
- Se cultivar catasetíneas não dá bom resultado, elas definham, não florescem, não crescem de tamanho acaso forem seedlings, cultive então outros genêros, que se adapte melhor, as oncidineas por exemplo.
Desta maneira, mais as orientações,mais cuidados prévios trarão com o passar do tempo um plantel de boas plantas , aclimatadas e florindo muito bem.
O que mais importa é que você não desista, se algumas plantas que você iniciante possuiu nos primórdios de sua paixão pelas orquídeas não vão bem, doe para outros orquidófilos para que possam com êxito cultivar e se não quiser doar, venda-as, antes que as perca totalmente, claro sempre explicando o problema encontrado no seu caso específico.
Vai aqui algumas dicas que eu próprio passei à miudos mas sem desistir.
- Cattleya Nobilior poucas regas e bastante luz, no telado de 50% de sombra.
- Cattleya Warnerii e Cattleya Labiata regas normais, alguns meses antes das florações diminua as regas, e sob uma luz de 70% de sombra.
- Híbridos de BLC, LC, SLC, SC e outros, adapte-os com menos luz, o ideal é 70% a 80% de sombra com diminuição de regas no repouso (período pós-floração).
- Vandas, duas regas diárias, possuem raízes aéreas que requerem umidade constante, luz entre 50% e 60% de sombra, adubações regulares recomendadas.
- Cattleyas Trianaei, Mendelli, Jemmianii, Warscewiczii, Percivaliana, Dowiana, Aurea,Gaskeliana e Luddemaniana regas normais, com luz de 70% de sombra no telado.
-Paphiopedillum, luz de 70% de sombra, regas normais, menos nos períodos frios do ano, substrato sempre úmido.
- As micro orquídeas, ambiente sombreado, 80% de sombra e boa umidade atmosférica, bons resultados com adubos granulados ou em pó, homeopaticamente aplicados.
- As litófitas, bastante luz, 50% de sombreamento, poucas regas periódicas, no caso cito como  exemplo Hadrolaelia Milerii, a Hadrolaelia Flava e outras de porte pequeno também pertencentes ao grupo.
Do iniciante cabe ler, refletir e se  optar por tentar experiências, fazê-las em uma ou duas plantas, se acaso haver ocorrências de perdas de plantas ou mal desenvolvimento, apenas uma ou duas orquídeas serão prejudicadas, e se houver sucesso, amplie a experiência com cautela para as outras orquídeas gradativamente sempre em observação.
A leitura, a visita a orquidários, as exposições, fotos e mais e mais leituras e diálogos fará o iniciante num curto espaço de tempo, um bom colecionador, de plantas admiráveis.
Não desista nunca, repito as satisfações são muito maiores e mais intensas com o passar dos anos.

Gilmar Juliak
Diretor Técnico do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos

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