quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Cattleya Labiata Quando Pequena

Meus amigos do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos e a todos os visitantes  de nosso blog, não restam dúvidas sobre o cultivo  de seedlings, pois todos nós imaginamos que por serem pequenas não nos dão trabalho; ao contrário, possuir um seedling e aqui no caso da Cattleya Labiata requer alguns cuidados, e um, o mais primordial é colecionar seedlings com grande chance de se obter boas plantas, fazer uma análise do que se compra tanto na propagação por sementeiras quanto por mericlonagens.
Há no mercado a nosso bel prazer de compras, plantas pequenas de alto valor de plantel e como há também verdadeiros fracassos, ou seja, nem mesmo o produtor sabe o que vai resultar, bem, cabe a nós compreendermos ou pelo menos tentar entender e prever os resultados de plantas tão pequeninas que demoraremos talvez quatro, cinco ou seis anos para constatarmos o resultado.
O preço das seedlings não só de cattleya Labiata, mas da maioria das outras também, é um pouco pesado para aquele que pretende comprar uma ou duas plantas, diferente do comprador de lotes de pequenas.
O que acontece é que o conhecimento vem à frente sobre  qualquer âmbito genial que possamos ter ou querer participar. Como cito no exemplo:
Comprar um seedling de uma Cattleya Labiata semi-alba Marina é claro e obvio que se por meio de sementes podemos ter variações nas filhas dessa matriz o que não deva ocorrer tanto pois a genética faz com que haja uma porcentagem de semi-albas quanto as de variedade tipo, o que também implica em permanênca nos resultados de plantas mesmo tipo com ótimas formas técnicas.
Já a mericlonagem pode produzir dependendo do número de indíviduos plantas iguais à matriz ou mesmo melhores que ela.
Ao adquirirmos por exemplo um seedling de Cattleya Labiata semi-alba Marina x Cattleya Labiata Alba podemos claramente obter filhos tipo ou sejam de cores lilás variável com labelo colorido.
Ora, a experiência de adquirir e aguardar os resultados só venha com o passar dos anos retratando-nos a felicidade de ter adquirido um ótimo cruzamento ou de nos defrontarmos com plantas já na primeira floração com péssimas formas, e ainda esperar mais duas ou três florações anuais para comparadamente tentar evitar um possível descarte.
Bem, o cultivo das seedlings da Cattleya Labiata após a retirada do frasco até a altura ( da planta) à aproximadamente duas polegadas requer um pouco de cautela, o vaso plástico mais drenagem ( 30% da altura), mais xaxim bem repicado e um pouco do sfagno chileno misturado dá bons resultados.
A plantinha nesta idade requer mais umidade nas raízes, pouca umidade relativa do ar e ventilação mediana, ainda uma luz indireta( se cultivada em estufas), ainda uma adubação com NPK de 30-10-10 homeopaticamente a cada semana.
Nota-se depois de um período de adubação foliar que as raízes se desenvolvem muito bem, as folhas de cor verde claro e o pseudobulbo da frente principal vegetativa aumenta seu tamanho e espessura.
Após esse crescimento, às vezes notamos dois pseudobulbos ao ano o que não prejudica a plantinha, ou mesmo bifurcação.
O vaso de cerâmica, que é aquele a ser indicado para a espécie deve ser usado após cinco polegadas de altura do pseudobulbo frontal, onde ela ( a planta) requer um xaxim pouco menos repicado e sem o uso do sfagno.
Desta feita as adubações continuam até o envase em um vaso maior pois a Cattleya Labiata se desenvolverá melhor no futuro ou adaptada a caixa de peroba ou nos vasos de cerâmica com furos laterais e no fundo com tamanho proporcional para que a planta se desenvolva durante três a quatro anos.
Aqui no orquidário que é um telado de 70% elas se desenvolvem muito bem e possuo variedades muito boas de alba, pérola, semi-albas, aquinadas e ainda a famosa variedade oculata a Cattleya Labiata Oculata Yelow Eyes.
Na atualidade seedlings da Labiata nas variedades semi-albas, coerulea, rubras e tipo e um trabalho bem sucedido fora feito tipo o cruzamento de Cattleya Labiata Rubra Shuller x Cattleya Labiata Rubra Deyse, que resultou em rubras de ótima forma e com matizes diferenciadas no tom rubro tanto nos segmentos florais quanto nos labelos perfeitos, bem arredondados e franjados.
Outro bom resultado tanto no vigor das plantas  como nas suas inflorescencias foi o cruzamento da Cattleya Labiata semi-alba Marina x Cattleya Labiata semi-alba resultando flores também  semi-albas de bom contexto técnico, outras filhas do mesmo cruzamento obtive variedade tipo mas com formas adversas tipicas de descarte, flores sem qualquer expressão.
A experiência às vezes dita mais alto, mas a sabedoria a supera em qualquer direção, pois ao apreciarmos uma planta florida que para nós não cabe lugar no plantel, simplesmente a doamos para alguém que as orquídeas admira e cuida e se é apenas iniciante dos iniciantes cabe à nós orientarmos quanto ao cultivo, aos cortes possíveis devidos etc....
É mais uma semente que lançamos neste mundo de Deus, para que as pessoas se sensibilizem diante de uma planta tão bela, tão graciosa, e sei de muitos casos em que as orquídeas salvaram vidas de pessoas com dependências químicas, com o terrível alcoolismo, curas de doenças como depressão, síndromes e outras.
Portanto, caros amigos  a Cattleya Labiata, a mais frondosa das Cattleyas, a mais repleta de variedades tanto nas cores como nos desenhos e coloridos do seu labelo, creiam podem ajudar a salvar vidas, de pessoas que talvez apenas vivem por esperar o fim, mas ao se encontrarem, até apenas nos toques da flor, vivem mais e criam subtamente dentro de si a esperança de viver.

Salve a Orquidofilia......!!!!!!

Gilmar Juliak
Diretor Técnico do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos

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