segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Nossa São Carlos

A capital da Cattleya Estrangeira, faz jus à esse seu recente título, sim, porque pela altitude, pelas estações do ano não tanto rigorosas nos dias de hoje e, principalmente servida de adversidade climáticas em períodos que deveriam ser tão rigorosos, a nossa São Carlos ainda tem por vantagens a de possuir uma água de ótima qualidade para as orquídeas.
Olá meus caros amigos, eis que venho expor casos de formas técnicas débeis adquiridas em outras localidades e estas plantas chegam aqui no orquidário, como já citei anteriormente e após um ano de cultivo aclimatadas, respondem com flores muito melhores, sem a presença de adubações somente sob a ação climática variável.
Bem, visto à esta enorme vantagem, eu diria que nós somos privilegiados no cultivo de muitas espécies estrangeiras, pois aqui florescem muito bem, as Cattleyas Trianaei, Mendelli, Shoederae, Percivalina, Luedemanniana, Máxima, Aurea, Gaskeliana, Dowiana, Rex, Quadricolor, Jenmanii, a nossa Labiata, Warnerii.
Bem, alguns problemas de cultivo e florações também ocorrem com algumas Mono e Bifoliadas como Cattleya Wallisii, Cattleya Shileriana, Aclandiae, Forbesii, Loodigesii, Nobilior, e em menor porcentagem de insucessos a Walkeriana.
Algumas Hadrolaelias também se cultiva com êxito, as Pumilas,Praestans, Sincorana, e entre outras, as brasilaelias Purpuratas e Lobatas quando muito bem cultivadas, essas duas últimas mais criteriosas que as demais.
O fator Fótico, ou seja, o ponto fótico das orquídeas requer que a planta produza glicose o suficiente para se manter num repouso pós floração e antecedendo as mesmas, esse equilíbrio entre luz, umidade relativa do ar, fotossíntese perfeita não é tão fácil assim de se conseguir, mas não é impossível, sabendo-se ainda de ante - mão que as Cattleyas Monofoliadas e Bifoliadas requerem um índice de Ph muito próximo do neutro ou seja 6,5 a 7,0 pontos, isto na somatória entre água, adubo e substrato.
A luz e a umidade local e atmosférica são os principais fatores responsáveis pelo êxito de enraizamento, brotações e florações; deduzindo -se que adubação é muitas vezes, cito de modo geral, algo não tão atuante no desenvolvimento, claro cito no meu caso específico.
Se muitos foliares (adubos) apenas amarelam folhas ou as esverdeiam demais, prejudicam muitas vezes a desenvoltura vegetativa mas forçam as plantas à emitirem muitas flores o que prejudica a forma técnica e uniformidade nos diâmetros das flores.
Outros casos porém, ajudam os adubos orgânicos até uma certa etapa, um certo período, logo após deterioram o substrato, no caso fibra de xaxim, ou mesmo a terrível fibra de côco.
Parece então, meus amigos que não temos muita opção, muitas novidades lançadas no mercado deram errado e muito errado, causando até perdas de exemplares significativos de coleções.
Muito se ouvem falar do fracasso da casca de côco, da fibra de côco, do pinus sem tratamento e outros.
Diante disto ou daquilo, o que impera sobre um bom cultivo e finalmente o que defino como um cultivo com luz aereação correta, umidade aérea correta e uma ótima ventilação.
Não implica, esses insucessos ocorridos em meu plantel e o de outros associados, que os adubos não são coerentes com aquilo que prometem fazer, afinal somente um engenheiro agronomo poderia dizer se este ou aquele adubo seria o ideal.
Mas, sobrepondo todo aquele conhecimento perspicaz de anos de estudo pelo qual esses profissionais passaram, eu devo afirmar que a experiência dos anos de cultivo que tenho, me levam a crer que adubos não fazem milagres, o que há são melhores e piores produtos.
Lá nas matas as espécies fazem a sua nutrição química natural através de material em decomposição no caso absorção radicular, mais a soma de uma aspiração e respiração perfeitas, e ainda não sofrem o ataque de adubos, inseticidas e fungicidas, elas próprias criam imunidades e certas resistências à pragas e doenças naturalmente.
Ao envasá-las desprovemo-las de tais vantagens próprias e a niquilação vegetativa é fato real, principalmente após cortes capazes de stressar e as debilitar.
O papel dos adubos são de amezinar tudo isso, de tal maneira que a orquidácea vegete com sucesso durante seus poucos três, quatro ou cinco anos num mesmo recipiente, vindo a sofrer novos cortes, novos replantes e aí o circuito de cuidados se reinicia.
O que eu notei nesses anos todos de minha convivência com as plantas  é que após um auge de floração ou seja, muitas flores e frentes vegetativas diversas, o exemplar se esgota um pouco para o  próximo ano, e não são os adubos que as consegue fazer superar essa triste fase, e sim procedimentos de aclimatação melhores como, mais ou menos luz, mais ou menos regas.
No caso das Seedlings como já o disse anteriormente eles ajudam muito, mas sempre com cautela, pois o crescimento e as bifurcações anormais na planta ( seedlings) deve e é sinal de que terá um desenvolvimento mais lento.
Todos nós já sabemos que boas seedlings são aquelas que enquanto crescem, façam uma única frente vegetativa, e a sua brotação sempre regrada, sempre na mesma época do anao.
As que se entouceiram e diminuem ou mantém a altura de seus pseudobulbos são geralmente plantas em fase de desenvolvimento lento precisando de mais atenção de nossa parte.
Como venho por meio dessas experiências dizer a vocês o que ocorre, é que venho validar a frase que muitos já leram em panfletos e escritas.
"É fácil cultivar Orquídeas".
E esse meu concluso texto me leva cada vez mais a crer que: quanto menos intoxicarmos nossas orquídeas com produtos mirabolantes, melhor.
Pois é muito mais fácil as prejudicarmos com excessos do que com as faltas inclusive as nossas irregulares regras.
Perceber o desenvolvimento de nossas orquídeas é nossa obrigação, o que não implica dizer que:
"Nunca usem produto algum em suas Orquídeas.Verificar os resultados deles sim, é nosso direito.

Gilmar Juliak
Diretor Técnico do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos.

Nenhum comentário: