sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Cattleya Labiata

No resumo sobre breves comentários sobre nossa Rainha do Nordeste, devo dizer que a planta rústica e robusta vegetativamente falando é a nossa orquidácea com maior número de variedades, e sem dúvidas, melhor forma técnica superando bastante a sua parente mais próxima e também brasileira a Cattleya Warnerri.
De modo geral quando adquirimos a planta estamos gradativamente assegurando a sua permanência, pois a devastação por qualquer forma que esteja ocorrendo anulou por completo a sua ocorrência, algumas variedades já não existem na natureza, as coletas em grupo que ocorriam no passado eram inconcientes, e que abalavam sorrateiramente esta linda nativa brasileira.
Favorecida e aclimatada perfeitamente num clima vamos dizer sêco e de muita iluminação, prospera em touceiras e mais touceiras nas árvores das regiões de Alagoas, Ceará e Pernambuco.
Com uma capacidade enorme de adaptação, quando sai desses Estados e é cultivada em climas e altitudes à ela adversas, prolonga e diminui o tamanho de seus pseudobulbos, suas folhas pouco elípticas, e mais arredondadas, se alongam, a planta ganha porte quando cultivada nos estados do sul e sudeste, não prejudicando jamais as suas inflorescencias, tecnicamente dizendo.
A boa Cattleya Labiata não se ressente, de tanta chuva e frio e adversidades de temperatura e clima decorrentes no mesmo dia.
Aguardo, meus caros amigos já para este ano a floração da Cattleya Labiata tipo Helena x Cattleya Labiata Nomura, creio que pelos tons de folhas e pseudobulbos, cor verde claro deva ela me surpreender com flores da variedade tipo clara ou tipo mediana de matizes.
O cruzamento por mim fora adquirido na Exposição da cidade de Limeira-SP- em 2009.
Assim da mesma forma adquiri um cruzamento de Cattleya Labiata Helena x Cattleya Labiata Batatais que já resultou no ano de 2009, uma única flor da variedade tipo clara com tamanho pequeno devido à precocidade da planta.
A forma técnica a mim agradou, com uma boa simetria e circularidade de seus segmentos florais, num possível cruzamento de pétalas para futuras florações.
Como bom  apreciador de uma boa seedling em sua primeira floração muitas vezes típica da precocidade, agaurdo alguns cruzamentos que suspeito resultar em flores satisfatórias como as Cattleya Labiata Rubra x Cattleya Labiata Rubra  e Cattleya Labiata A.Paccione x Cattleya Labiata S/A Marina.
Bem, a esperança é que nós cultivadores e selecionadores estejamos no caminho certo, aguardando que mais e mais cruzamentos de nossa Rainha sejam trabalhados, bem como as mericlonagens de grandes Cattleyas Labiatas assim como a "Marina"; a alba Fátima; a Rubra Pernambucoi; a semi-alba Odete; a tipo Emilia; a concolor Fraga e outros tantos clones famosos sejam feitos provocando a cada dia, que a nova Orquidofilia não é a mesma de cem ou duzentos anos atrás, quando somente os homens de poder e os ricos de posse guardavam a sete chaves para si mesmo as Orquidáceas mais bela e raras mostando puro egoísmo.
Na atualidade nossa Rainha Nordestina pode ter sido ferida, pois com certeza em muitas áreas nativas deste imenso Brasil, não há mais lugar para que elas vivam e procriem.
Colocadas para embelezar o Nordeste tão castigado pela seca e hoje apenas cultivada em laboratórios por sistema In Vitro para fins de que nós a cultivamos com amor, respeito e muito simbolismo popis eu até diria:
-A flor símbolo do Brasil é a Cattleya Labiata Lindley.
As suas seedlings quando cultivadas com excesso de nitrogenação desenvolvem-se plenamente, os tamanhos dos novos pseudobulbos impressionam, resultando logo em flores ou precoces deficientes ou mesmo abortivas dentro  até da espata( bainha).
A adaptação que lhe é característica faz com que a semi-adulta venh a modificar o seu aspecto vegetativo com a nulação do nitrogênio e entre outros produtos que se dizem maravilhosos vendidos no mercado.
Somente com um período de aproximadamente três anos de cultivo num mesmo orquidário passando dia-a-dia pela mesma porcentagem de luz, de umidade do ar, de aereação e de uma interrupção de adubação foliar é que a Labiata consegue se desvenciliar desses efeitos maléficos que são as adubações seguidas e com exageros de dosagem simplesmente apenas para fins de venda rápida das plantinhas no mercado.
Vou citar por final algumas  variedades que requerem maiores observações de nossa parte ao cortar uma divisão, ao replantar, ao processo mais lento de recuperação após o stress das incisões e envases mesmo que corretos.
-São elas: as variedades coeruleas, concolores e as rubras principalmente.
Ora, como um ser vivo e engenhoso a orquídea sente, se retrai perante cortes e envases mesmo que corretamente executados.
As variedades tipo, Albas e Semi-albas já não refletem tanto essas diminuições vegetativas, pós incisão e pós envase, elas resistem mais, e alguns indivíduos até agradecem exibindo uma ou outra frente vegetativa a mais sem redução do tamanho do nosso bulbo.
As florações das variedades acima muitas vezes não sentem tanto aos cortes e envases, elas se mostram com flores ou iguais ou até melhores que quando outrora vegetavam sobre um substrato com um Ph insuficientemente alcalino ou ácido.
Nota: Quando seedlings muitas vezes produzem folhas verde muito claras ou muito escuras ou com tons lilases na sua parte inferior ou que não implicam que as claras resultem Albas ou Concolores, as de folhas escuras resultem em tipo de Coeruleas, e as de tons lilases em rubras, tipo escuras.
A genética nos prega cada peça!

Gilmar Juliak
Diretor Técnico do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos

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