segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Cattleya Labiata

No presente momento meus amigos do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos e meus amigos (as) orquidófilos, e visitantes de nosso blog, sinto que a presença de Cattleyas nacionais ou mesmo estrangeira tem decaido sucessivamente, exposição após exposição, os nossos admiradores de espécies de Cattleyas bifoliadas ou mesmo monofoliadas não estão achando tanto ânimo ou mesmo estão encontrando alguns obstáculos diante de cultivos e adaptações talvez inconvenientes, mas claro digo isso a respeito de apenas uma hipótese.
A CattleyaLabiata fora durante os anos anteriores muito utilizada em cruzamentos com ela mesma, obtendo-se daí muitas sementeiras ( filhas) de boa a ótima aceitação por parte dos aficciosos labiateiros e também aqueles que como eu cultivam nacionais e estrangeiras num mesmo viveiro de cultivo.
Sabendo-se de muitos casos de cultivo de Cattleya Labiata às vezes aglomeradas à híbridos de BLC, LC , SC e SLC e outros como tais espécies nativas e melhoradas geneticamente, vem ocorrer o fracasso não somente no cultivo e o medrar das Labiatas como mesmo em suas inflorescencias e o que tenho notado durante esses anos que o cultivo- trato quando executado separadamente para cada espécie ou mesmo os híbridos, primários ou não, o resultado vem a melhorar significativamente pois quando aplico às Cattleyas Labiatas alguns adubos foliares para floração como os dissolvidos em água por exemplo, a emissão de flores é maior numa única haste, já, as Cattleyas Labiatas pelo qual não passam por essa adubação simplesmente a diminuição pré e pós floração vem a resultar em menos flores numa mesma haste floral e com melhor forma técnica.
As plantas de Cattleya Labiata que corretamente sofrem adubações periódicas e de dosagens corretas, fogem deste quadro, poisa aumentam flores em uma mesma haste floral, diminuem o diâmetro das flores e piora muito suas formas técnicas no que se referes não tanto à armação, bouquet, planicidade, nervuras centrais e pétalas entre outros defeitos.
Chegando à conclusão que o adubo foliar no meu caso chega a prejudicar e não a melhorar a situação floral, pois é preferível duas ou três flores de boa qualidade técnica do que cinco ou quatro flores deficientes em uma mesma haste floral.
Volto a repetir que ao meu ver, a nossa Rainha do Nordeste, não requer muito para se desenvolver e religiosamente ano a ano emitir suas espatas fortes e suas flores magníficas.
A aclimatação adequada para essa espécie é fundamental, quanto mais luz e aereação melhor seu desenvolvimento, vindo a ser uma planta adaptável a alguns substratos, exceto os insucessos de modo geral oferecidos pela fibra de coco ou blocos de fibra de coco, ou mesmo a casca de pinus sem tratamento.
São ótimos os substratos de fibra de xaxim lavada e picada em tamanho médio, a peroba, o angico, os retalhos de jatobá e da boa acerola repicando seus pequenos troncos ou mesmo a adaptação direta no pé de acelora.
O sombreamento com tela correta de 60% ou mesmo 70% com uma altura do vaso de 1.20m do teto do telado à 1.00 m, o desenvolver é ótimo e as folhas ficam em tom verde claro, com um enraizamento muito bom.
Eu ressalto aqui as bifurcações da Cattleya Labiata no que diz respeito à aereação e a ventilação e a umidade relativa do ar, no ambiente de cultivo, sendo elementar essas bifurcações na espécie e que as mais recentes devam ser anuladas( cortadas) as suas bainhas até que essas novas frentes estejam num porte de altura e vigor que conduza a emissão de boas flores.
A qualidade técnica na Cattleya Labiata como entre outras muitas espécies já se nota na simetria frontal dos botões quando esses já se posicionam para baixo e entrando no período de maturação uma vez que dependurados na haste floral, devem se apresentar não tão longos nem finos, não tão curtos.
Os botões de uma boa Cattleya Labiata se apresentam em comprimento médio, poucos grossos e vistos de lado; chanfrados na ponta, não mostrando ainda o lobo frontal do labelo exposto. Já o estaqueamento da haste principal é do número de botões devem ser feito à Noventa graus com relação a haste principal e espaçados entre si o suficiente para a total abertura dos mesmos sem tocar uns nos outros.
Evite sempre que os botões já estaqueados entre em contato com a água das regas, separando a planta das demais e aguardando a completa maturação e encorpo das flores.
O local de separação deve ser idêntico ao de cultivo, fechado, arejado e iluminado o tanto quanto era anteriormente, evitando a presença de vetores às flores já semi-abertas.
Bem, amigos visitantes de nosso blog, passo agora a relatar mais um bom exemplar de minha coleção, planta que floriu pela primeira vez em meados de 2010, cuja nomenclatura é Cattleya Labiata Rubra Guerreiro x Cattleya Labiata Sumio, cuja floração resultou em ótima forma circular e simetricamente perfeita nos seus segmentos florais, possuindo um tubo pouco alongado, fechado no seu ápice centralizado com os demais segmentos, e um labelo bem arredondado franjado e de lóbulo frontal mais rubro que as pétalas e sépalas, suas fauces quase que imperceptíveis, de pétalas e sépalas rubras, vindo ainda a apresentar um aquine da cor do lóbulo frontal do labelo.
A flor é plana com um leve bouquet de armação das duas pétalas característicos de uma ótima flor de Cattleya Labiata. Sua inflorescencia resultou em duas a três igualmente dimensionadas, cuja a durabilidade floral variou de vinte a vinte e cinco dias, de uma para a outra planta resultante do mesmo cruzamento.
A primeira delas enviei à Exposição da cidade de Santo André-SP- onde conquistou o primeiro lugar de Espécie Nacional no ano de 2009.
As Cattleyas Labiata variam de forma devido à aclimatação como já vimos, mas o maior problema ainda se encontra no que diz respeito à disposição destas no mercado, muitos insucessos ocorreram,muitos exemplares por mim adquiridos, após quatro a cinco florações consecutivas não obtiveram melhorias técnicas, já outras cultivadas no mesmo ambiente responderam desde a primeira floração melhorias significativas no tamanho das flores e forma técnica.
A sua textura invariável de variedade à variedade ocorre nos exemplares de forma acetinada perfeita, incluso o labelo e seus vários tons e desenhos.
Agora meus caros amigos do blog vou dar uma pausa, para ir ao orquidário, pois lá ocorre simultâneamente as florações de Cattleya Gaskeliana e florações de Warscewiczii e Cattleya Warnerii e Cattleya Mendellie.
Espero em parte ter colaborado para mais um pequeno trecho sobre a nossa Rainha do Nordeste aquela que nos representa de forma tal que chego à compará-la com o povo de nosso país, inteligente, trabalhador e belo, como as flores que tal dizer da Cattleya Labiata rubra guerrero de um tom rubro inconfundível, uma das primeiras Labiatas aqui do Orquidário à florescer.
Um dos grandes incentivadores de cultivo à nossa Rainha, foi para mim sem sombra de dúvidas, o meu amigo professor Aniel Carriier, pois desde o início da minha paixão pelas orquídeas, e quando lá na chácara das Orquídeas eu ia visitá-lo ou mesmo adquir plantas e passar umas boas horas; ele sempre me dizia:

"Há flor mais bela e impetuosa que a nossa Cattleya Labiata ?

E eu na minha inesperiência até então dizia em tom firme:

Há sim, as Cattleyas Trianae da Colômbia.

E lá vinha o professor com seus livros e suas fotos tentando me fazendo mudar de idéia, dando explicações, contando causos, às vezes causos de se dar gargalhadas, mas era muito bom tudo aquilo, o professor hoje nos céus, abriu sem querer de seu album de fotos, a da Cattleya Labiata Rubra Guerrero e aos poucos os meus olhos foram-se apaixonando, e aquele domingo de manhã foi para mim, um renascimento dentro de meu pequeno conceito.
Daí para frente colecionei e até hoje possuo várias Labiatas da qual faço uma seleção criteriosa possível, mas até aquela que lá no interior de Pernambuco, à quase pleno sol, sem deslumbradores à sua volta eu a admiro, como uma Rainha, pois suas variedades determinam pleno conhecimento quando direcionado às outras Cattleyas unifoliadas principalmente.


Gilmar Juliak

Diretor Técnico do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos

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